domingo, 12 de março de 2017

Sem juventude no campo produção de alimentos ficará ameaçada


A permanência da juventude no campo não deveria ser uma preocupação só de quem mora no campo, é um assunto que deveria ser debatido entre toda a sociedade. Segundo dados do IBGE, dos dois milhões de pessoas que migraram do campo para as cidades entre os anos de 2000 e 2010, um milhão eram jovens. A ausência de jovens camponeses para continuar o trabalho rural na agricultura familiar afetará a produção dos alimentos e consequentemente impactará a mesa dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade.

A produção de alimentos no Brasil, de fato, é em sua maior parte proveniente da agricultura familiar. Ela fornece, por exemplo, 87% da produção da mandioca, 70% do feijão, 58% do leite, 59% da carne suína. Embora a agricultura familiar demonstre sua capacidade de promover segurança e soberania alimentar, como uma importante via para o desenvolvimento do país sem agressões ao meio ambiente, o êxodo rural continua existindo e a permanência do jovem no campo é um desafio.


A juventude rural vem afirmando que sair do campo é uma condição, e não necessariamente um desejo, um sonho.  A definição sobre ficar ou sair do campo, não resulta exclusivamente da construção de vínculos familiares, comunitários e de identidade com a terra, mas passam por mudanças políticas estruturais, que promovam a revalorização dos camponeses, com garantia de vida digna, boas condições de trabalho, produção, comercialização, participação política e acesso às políticas públicas.

Fonte: CUT ( Central Unica dos Trabalhadores).

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