domingo, 17 de janeiro de 2016

Aumento de passagens vai agravar déficit do Metrô do Recife com o SEI

Publicado por Fernando Castilho às 12:00
O aumento das passagens de ônibus – que deve ser aprovado nesta segunda-feira – vai agravar os problemas do déficit do metrô do Recife em relação às suas receitas e às condições de operação dos 40 trens que formam o serviço ferroviário.
É que o metrô, hoje transportando entre 350 mil e 400 mil passageiros/dia, tem de receita apenas R$ 160, com tarifa única e suporta toda a integração prevista pelo Sistema Estrutural Integrado (SEI) de maneira que convergem para seus terminais de integração praticamente todo o fluxo dos ônibus para o Metrô.
O problema é que o metrô do Recife tem, hoje, 90% de suas receitas (vindas da União através da CBTU),comprometidas com pessoal de forma que as receitas de bilheteria a cada dia geram menos renda em relação aos custos totais. Se a passagem subisse para R$ 3,20 – como propõe a Urbana-PE que represente as empresas – a defasagem metro/ônibus chegaria a 100%.
Isso gera uma pressão muito forte de custos no trem pois enquanto as empresas têm mais de 800 ônibus no sistema de integração captando receita ao longo dos trajetos da dezenas de linhas e cobrando, hoje, R$ 2,45 e R$ 3,35, o metrô só tem 52 estações que recebem R$ 1,60 com os mesmos direitos dos passageiros. Ou seja, o metrô oferece estações, trem com ar condicionado e serviço rápido por R$ 1,60. O ônibus sem ar (exceto o BRT) cobra por um serviço inferior R$ 2,45 ou R$ 3,35.
Na verdade, o metrô do Recife depende apenas dessa receita para cobrir custos de manutenção e de segurança nas estações o que não vem sendo suficiente. A consequência dessa falta de recursos para o custeio é visível. Hoje, ele tem problema na vedação (muros de mais de 2 metros derrubados em vários pontos) nas duas linhas, não consegue reprimir os ambulantes que ajudam a sujar as estações e a própria linha férrea e não consegue manter a qualidade dos serviços.
A situação ficou mais grave com o fracasso do projeto do VLT cujos serviços estão semiconcluídos e com os carros se deteriorando rapidamente. Feitos com vagões fibra de vidro no Ceará, o VLT é na verdade um arremedo de trem diesel comparado ao trem e aço inoxidável movido a energia elétrica que até hoje operam no sistema. Estão subutilizados inclusive por falta da duplicação da linha Cajueiro Seco/Cabo.
Uma das marcas mais presentes dessa falta de recursos para o custeio está nas pichações presentes em todas as estações sem que haja recursos para remoção. O metrô do Recife também já não consegue substituir o colchão de brita da linha que é recomendável a cada 10 anos e faz com que o trem corra melhor e sem barulho. Sem, isso a acomodação e o óleo lubrificante dos carros (rodas) acabam fazendo o trem bater mais. Especialmente os trens antigos lembrando o antigo trem diesel.


Quando a passagem subir, a pressão no metrô deve aumentar pois muita gente – que faz o acesso do metrô para o ônibus- vai preferi pegar o trem na própria estação. Quando ele paga em dinheiro, isso ajuda a CBTU, mas pagando com o cartão VEM, o metrô ainda vai depender de receber isso da Urbana.

FONTE: jc.ne10.uol.com.br
Publicado por Fernando Castilho às 12:00

Nenhum comentário:

Postar um comentário