domingo, 17 de janeiro de 2016

Em sinagoga, Papa clama contra violência em nome de Deus


  Em sinagoga, Papa clama contra violência
  em nome de Deus

O papa Francisco visitou neste domingo, pela primeira vez em seu pontificado, o Templo Maior de Roma, a principal sinagoga da capital italiana, aonde defendeu "que a violência do homem contra o homem se contradiz com qualquer religião".
Como já haviam feito seus antecessores, depois da histórica primeira visita de João Paulo II em 13 de abril de 1986 e a de Bento XVI há exatamente seis anos, Francisco se aproximou hoje do bairro judaico de Roma, testemunha de deportações maciças em 1943 e também de um atentado de um comando palestino que custou a vida de uma criança de dois anos em 1982.


Papa Francisco troca presentes com membros da comunidade judaica de Roma
Papa Francisco troca presentes com membros da comunidade judaica de Roma
Foto: Franco Origlia / Getty Images
"A violência do homem contra o homem está em contradição com qualquer religião digna desse homem, em particular com as três religiões monoteístas", disse Francisco em seu discurso à comunidade judaica de Roma reunida na sinagoga.
Com esta visita, Francisco continuou o caminho de aproximação entre católicos e judeus após anos de desencontros e a eles pediu uma aliança para enfrentar os grandes desafios do mundo, como o da ecologia e da violência.
"Judeus e cristãos podem e devem oferecer à humanidade inteira a mensagem da Bíblia sobre o cuidado da criação", afirmou.
Por outro lado, também lhes falou do esforço e do empenho que os representantes religiosos devem enfrentar para construir a paz e a justiça em um momento no qual "conflitos, guerras, violências e injustiças abrem feridas profundas na humanidade".
"Cada ser humano, como criatura de Deus, é nosso irmão, independentemente de sua origem ou de seu filiação religiosa. A cada pessoa é preciso olhar com benevolência, como faz Deus, que estende sua mão misericordiosa a todos, independentemente de sua fé ou procedência", destacou.
Nesse momento pediu então "orações a Deus com insistência para que ajude a praticar na Europa, na Terra Santa, no Oriente Médio, na África e em qualquer outra parte do mundo a lógica da paz, da reconciliação, do perdão e da vida".
A visita também serviu para lembrar que o povo judeu "viveu a violência e a perseguição até o extermínio dos judeus europeus durante o Holocausto", salientou Francisco.

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